segunda-feira, 6 de maio de 2013


M
uitas vezes se falou desta característica de nossa época: o
primado do econômico. Esse nível ou instância da vida do
homem em sociedade, desde a revolução industrial e do
advento do capitalismo, tem ocupado um espaço crescente na preocupação dos indivíduos e das nações, e agora também dos organismos
internacionais. Basta comparar os noticiários e os periódicos de hoje
com os de algumas décadas atrás: a quantidade de notícias sobre problemas econômicos ocupa hoje grande parte do que se noticia e se
discute. Nem sempre foi assim. Na Antigüidade, na Idade Média, no
Renascimento, assuntos culturais, religiosos, políticos tinham a primazia. Sem falar em certas sociedades primitivas que atividades econômicas e comerciais deviam ser apresentadas sob a forma de relações familiares e ritos festivos, como dons recíprocos e amistosos - onde o
interesse e a motivação econômica tinham de vir acobertados para não
dar mostras de ganância ou de egoísmo.
Seria talvez antecipar um processo que apenas se inicia, sugerir que
essa dominância do econômico já chegou a um certo auge, e que já se
notam sinais precursores de que a curva entra em fase descendente.
Basta citar o movimento ecológico, que tem tanta pujança, e a cada
instante questiona o interesse econômico imediato como critério da
ação das empresas e das políticas econômicas. Há também os movi-
ÉTICA, , ECONOMIA E EDUCAÇÃO (*)
Paulo Meneses
UNICAP — PE
* (Comunicação ao Tercero Taller permanente de Ética Económica” Universidade de
Deusto, Bilbao, Espanha, 25-28 septiembre, 1995)

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